BoKlok: A IKEA que fabrica casas com alma escandinava
- Walker Massa

- 6 de jul.
- 2 min de leitura
Imagine se fosse possível montar uma casa com a mesma lógica de um móvel da IKEA: simples, eficiente, acessível e com design de bom gosto. Agora pare de imaginar — isso já é realidade na Escandinávia com a BoKlok, a empresa de construção modular criada pela Skanska (uma das maiores construtoras do mundo) em parceria com a própria IKEA.
O que é a BoKlok?
A BoKlok (lê-se "Bo-Cluck", algo como “moradia inteligente” em sueco) é uma plataforma de desenvolvimento imobiliário e construção off-site que entrega moradias de alta qualidade a preços acessíveis. O foco? Produzir em escala, mas com responsabilidade ambiental e propósito social.
Desde a sua fundação nos anos 1990, a empresa já construiu mais de 15.000 casas e apartamentos em países como Suécia, Noruega, Finlândia e Reino Unido. Tudo baseado em um modelo industrializado que lembra uma linha de montagem — só que com a delicadeza estética e funcional típica do design nórdico.
Por que isso importa para o Brasil?
Porque a BoKlok representa uma quebra de paradigma:
Mostra que é possível construir mais rápido, com menos resíduos, menos energia e menor impacto de carbono.
Prova que industrializar não significa padronizar de forma genérica, mas sim aumentar eficiência com inteligência de projeto e propósito de marca.
E inspira o setor brasileiro a olhar para o off-site como uma resposta viável à crise de produtividade, sustentabilidade e custo que assombra nossos canteiros de obras.
Como funciona o modelo BoKlok?
Construção modular em fábrica:Os módulos das casas (paredes, estruturas, instalações) são produzidos em ambiente controlado, com menos desperdício e mais qualidade.
Transporte e montagem rápida no terreno:Em poucos dias, uma casa pode ser montada no local — o que reduz drasticamente o tempo de obra e o incômodo para comunidades vizinhas.
Sustentabilidade como padrão, não diferencial:Toda madeira é certificada. Os sistemas são pensados para eficiência energética e as emissões de CO₂ são mensuradas e compensadas.
Habitação acessível com curadoria de design:Os imóveis são vendidos com critérios sociais claros. Há um teto de renda dos compradores e até sorteios para garantir acesso justo.
O que podemos aprender com eles?
Industrialização não é o fim da criatividade — é o começo da escala.
Design de qualidade pode (e deve) ser acessível.
Parcerias estratégicas (como construtora + varejista) podem revolucionar o mercado.
O valor está tanto no produto quanto no processo.
E no Brasil?
O terreno é fértil. Com um déficit habitacional enorme, gargalos produtivos e uma nova geração de arquitetos e engenheiros sedenta por inovação, o modelo BoKlok pode ser um farol. Cabe à indústria — e aos líderes visionários — adaptá-lo à nossa realidade tropical.
E a Cápsula está de olho nisso.

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